quarta-feira, abril 17

A vida das mulheres no seculo XIX


Na antiguidade  a sociedade era matrifocal  ou seja, o nome e os bens de família eram passados de mãe para filha. A mulher era quase uma figura divina, admirada; pois seu ventre era capaz de gerar a vida, e isso era algo espetacular para os homens primitivos. Porém, com o passar do tempo, a figura do homem começou a se relevar, até o momento em que se proclama ser superior em relação à mulher.
Isto se torna bastante evidente no período denominado Idade Média, também conhecido por "Idade das Trevas". Essa época foi marcada pela consolidação e expansão da fé cristã pelo Império Romano, dando à Igreja Católica um poder extremamente grande que controlava a vida e a mentalidade das pessoas, principalmente os simples camponeses, grandes massas de pessoas que tinham uma "fé cega", que viviam temendo o inferno e o diabo.
A vida das mulheres medievais não era fácil. De acordo com a classe social a que pertenciam suas funções variavam. Nas classes mais altas, as mulheres tomavam conhecimento em política, economia e até em disputas territoriais. As mulheres dos senhores feudais eram responsáveis pela organização do castelo; supervisionavam tudo, desde a cozinha até a confecção de vestimentas. Elas tinham que saber como preservar a carne e alimentos e também coordenavam todos os empregados. Além disso, tinham que estar preparadas para defender o castelo na ausência de seu marido. As camponesas trabalhavam junto com seus maridos nas terras do senhor feudal e, além disso, ainda tinham que cuidar dos afazeres domésticos.
As mulheres não tinham muitas opções: ou se casavam, ou iam para os conventos. Entretanto, o convento não era para qualquer uma, e sim, para uma minoria da alta classe que tinha que pagar uma taxa bastante cara para se tornar uma freira. A maioria porém, estava destinada ao casamento e a uma vida submissa ao marido. As meninas eram educadas somente para este fim: serem boas esposas.
O casamento era arranjado pelo pai quando sua filha ainda era criança. A mulher era como uma propriedade, usada para obter vantagens. Os casamentos geralmente visavam o aumento de terras. Nas classes sociais mais altas, as meninas eram casadas com a idade de oito anos. A mulher era objeto de seu marido, devendo a este obediência e fidelidade. Dirigia-se a ele com formas de tratamento respeitosas como "meu amo e senhor". Era permitida a agressão física a mulheres quando o marido achasse que ela o havia desobedecido e as histórias de mulheres que sofriam agressões eram contadas nas vilas em tom humorístico. As agressões não podiam causar a morte nem incomodar os vizinhos, entretanto, em caso de adultério flagrante, o marido tinha o direito até mesmo de matar a própria esposa. A lei não poderia intervir em nada.
Todas as mulheres deveriam aprender sobre a cura e medicina familiar. Mas não deveriam se aprofundar ou aprender muito sobre a cura, pois seriam consideradas bruxas; uma verdadeira contradição.
Como se tudo isso não fosse o suficiente, durante a era das fogueiras, o Tribunal do Santo Ofício condenou milhares de pessoas à morte, a maioria mulheres inocentes. Estas eram acusadas de bruxaria, muitas vezes, por inveja de outros ou por serem mulheres solteiras e solitárias. O livro Malleus Maleficarum de 1486, escrito por inquisidores alemães, dizia que as bruxas armavam uma conspiração para dominar o mundo. A obra também explicava como localizar a presença de bruxas e identificar feitiços. Como as mulheres tinham que saber um pouco sobre a cura, muitas delas, além de parteiras e cozinheiras, também foram acusadas de bruxaria e condenadas à fogueira.
A mulher, apesar de trabalhar tanto quanto o homem estava sempre em grau de inferioridade. A identidade do pecado original, principalmente na história do cristianismo, foi um fardo pesado para a mulher até o século XVIII. Desde os primeiros cristãos, a busca da austeridade religiosa tornou-se não só uma regra para o aprimoramento espiritual, mas também consagrou o papel da mulher como a principal tentação mundana, capaz de afastar o homem do caminho da purificação. Uma norma que na Europa, a partir do século VI, quando São Bento de Nursia fundou o mosteiro de Monte Cassino na Itália, deu início ao movimento monástico beneditino que marcaria profundamente a atitude religiosa do continente.

Por: Geovanna Montello e Ana Carolina.

0 comentários:

Postar um comentário